TRAGO VOCÊ DE VOLTA PARA VOCÊ MESMO OU VOCÊ MESMA EM SETE DIAS
- Ale Ribeiro
- 17 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de jan.

O autoconhecimento é considerado a base da inteligência emocional e a nossa maior fonte de saúde mental. Quem eu sou? O que eu faço de melhor? Quais são as minhas prioridades? O que me deixa triste? O que me deixa com raiva? O que me deixa feliz?
Apesar de muitas promessas e fórmulas mágicas, esse é um processo duro e diário, que pode trazer surpresas e esperanças, mas também muito sofrimento e decepção. É o duelo entre o que está imediatamente acessível através do nosso consciente e o que se encontra na mais profunda escuridão do nosso inconsciente e acaba nos surpreendendo de forma positiva ou não.
Transformar o que é inconsciente em consciente é o caminho para o autoconhecimento. Porém, muito do que está guardado em nosso inconsciente pode ser coisas complicadas e complexas que evitamos olhar com um pouco mais de atenção.
Sentimentos e desejos que não são investigados acabam nos fazendo acreditar que somos pessoas boas e perfeitas, podendo impactar de forma desastrosa o nosso cotidiano. O desejo descontrolado acaba aparecendo como ansiedade. A tristeza pode evoluir para uma depressão. A empolgação pode virar impulso. A inveja pode surgir como ódio. A raiva se transforma em fúria.
Por causa disso perdemos o sono, gaguejamos, rangemos os dentes, temos tremores nas pálpebras, desenvolvemos tiques e vícios. A maioria deles são, no fundo, sintomas de sentimentos e desejos difíceis e insistentes, com os quais não soubemos lidar.
E como não nos conhecemos direito, acabamos fazendo más escolhas, ficamos em relacionamentos tóxicos, nos sentimos desprezíveis quando uma pessoa possui coisas que não temos, passamos do nosso limite, compramos coisas demais, não exploramos nossos talentos e ficamos a vida inteira tentando sair da nossa zona de conforto ao invés de deixá-la ainda mais confortável.
O mundo nos motiva a passar mais e mais tempo fora de nossas mentes através de uma bateria de comprimidinhos diários de informação, deixando a nossa vida cada vez mais próxima de um burnout, de um ataque cardíaco, de um fracasso ou de uma ruína.
A vida, de modo geral, é sempre alarmante. A que horas preciso acordar? Onde fica o banheiro mais próximo? Vou ter dinheiro para pagar a fatura do plano de saúde? Onde quero estar daqui a cinco ou dez anos? Quando vou me casar? Quando vou ter filhos? Quantos slides precisa ter a minha apresentação?
Na maioria das vezes, a nossa sensação de tranquilidade e bem-estar fica abalada não pelo que fazemos, mas pelo que pensamos ao longo da vida. Por isso quando falamos sobre conhecer a nós mesmos e a nós mesmas, sentimentos e imagens difíceis começam a emergir, como se fosse uma vingança de tudo aquilo que escondemos e recusamos olhar durante a nossa vida.
Apesar de algumas pessoas “pintarem” o autoconhecimento como algo romântico e uma autodescoberta gloriosa, a verdade é que esse processo também pode gerar ansiedade, tristeza e até uma empolgação exagerada tentando esconder a decepção de aceitar o que – muitas vezes – não pode ser mudado.
Afinal, para que tanta vontade de conhecer esse ser estranho que habita em nós mesmos e nós mesmas? Para saber as nossas qualidades mais especiais, para justificar a nossa paralisia diante da vida ou para aprender com os nossos defeitos, erros e fracassos?
Mas se você tem mesmo esse apetite por autoconhecimento, talvez um pouco de ansiedade, tristeza ou decepção seja como a “faca e o queijo na mão” para enxergar o belo desse processo. Vambora!
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